Quarto de despejo – Diário de uma Favelada
28 de maio …A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como a nossa vida decorreu. A minha, até aqui, tem sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro.”(Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus)
Quarto de Despejo é o tipo de livro que nos choca, não pelo relato da miséria em si, mas porque ela é real.
Logo que tive conhecimento deste livro, me interessei por ele! Porém, não fazia idéia da complexidade do tema e mais, de quão perto de mim este acontecimento histórico esteve.
Ironia do destino ou não, ‘Quarto de Despejo’ é o relato de uma moradora da favela do Canindé que fica perto do antigo campus da Faculdade que curso. Passei 4 anos da minha vida olhando uma paisagem sem ao menos enxergá-la. Lógico que, hoje em dia o Canindé não é mais como era na época em que a autora relata os fatos, mas a história contida naquele lugar e ignorada por mim e tantos outros que ali passam me deixou perplexa. O historiador Eric Hobsbown, em seu livro “A Era dos Extremos”, relata exatamente esse fenômeno quando diz que vivemos num Presente Contínuo.
Carolina Maria de Jesus, favelada, mãe solteira e catadora de sucata é a protagonista da história, uma crítica social tão pura que chega a doer.
…Eu classifico São Paulo assim: O Palácio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o Jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.” .”(Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus)
Em sua linguagem simples e com erros ortográficos temos conhecimento da dura vida na favela, do difícil convívio com os vizinhos, da politicagem do país e principalmente da fome e da violência. A luta diária pela sobrevivência, onde ter o que comer é a maior alegria do dia. Em seus relatos Carolina viu a cor da fome e ela era Amarela.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!”
Este é um livro que precisa ser lido e discutido. Carolina deu voz aos miseráveis, mais do que a rotina de uma mãe que vê seus filhos passarem fone, ‘Quarto de Despejo’ é um pedido de socorro que precisa ser ouvido. Temos que analisar através de Carolina a vida dessas pessoas que agora deixaram de ser invisíveis, pois ignorar um fato não faz com que ele deixe de existir, só torna a nossa vida mais fácil.
O diário começou a ser escrito em 1955, mas podemos ver sem dificuldade nenhuma que os problemas sociais como moradia, alimentação, atendimento médico dentre outros direitos dos cidadãos são os mesmos de hoje. Isso nos leva a pensar se realmente evoluímos, ou se alguns evoluíram e outros simplesmente foram engolidos pela metrópole que nunca para. Pelo sistema sócio-político-econômico que valoriza o individualismo. Pelo seu tempo escasso demais para ler esse post ou mudar o mundo.
eu estou fazendo um trabalho sobre o livro e adorei lelo ele e otimo e conta a realidade
Eu adorei o livro e acho que todos deveriam ler. A forma como ela retrata a realidade é fascinante e ao mesmo tempo nos faz pensar sobre a situação do nosso povo.
Ingrid, sobre o que é o seu trabalho?
ADOREI ESSE LIVRO
Minha escola vai estar fazendo um trabalho sobre esse livro ,iremos fazer até mesmo um blog em duas línguas gostaria de algumas sugestões !!!!
Oi, Gabii!
O que vocês estão pensando em fazer? Há muitas coisas interessantes para abordar com relação ao livro e a própria vida da autora. Vemos ver se posso te ajudar!
Muito boa sua crítica. Melhor ainda todo o blog.
Obrigada Vinícius!
Adorei a proposta do teu também e já estou seguindo! 🙂
A PENAS leve asserio todo esse maravilhoso trabalho escolar… parabéns por escolherem uma omita escritora Carlina maria de Jesus… prestando atenção vejo que já faz anos que vc fez o trabalho mas mesmo assim vou seguir com o comentário
Siga a página no Facebook também ( http://www.facebook.com/favelapotente ), lá, fazemos mais atualizações. Obrigado!!
este livro é tudo mas gostaria de saber qual sido o fim dessa mulher tao sofrida… ela relata sua historia e nela conta que nao ouve mudanças!
Já li vários livro de Carolina Maria de Jesus e me apaixonei pela simplicidade e beleza que ela narra os fatos, especialmente na obra “Diário de uma favelada” aonde ela descreveu a realidade de muitos na época da ditadura militar.
Ela merece ser reconhecida …
Parabéns !
tenho que ter esse livro em minhas mãos. o sofrimento a desgraça é o entretenimento da sociedade, espero que quando você ler o livro leve a serio e tente sentir a realidade… as escrita dela muito seria… tente sentir o que ela passa. Que Deus me explique um dia essa desgraça toda que acontece na terra…. amem
Não esqueça de abordar a questão dos governos que nada de lá para cá procurou mudar. Conseguiram apenas confundir distribuição de de renda com concentração de renda. Observe que num Pais onde a mais alta corte de Justiça é presidida por quem está ai, onde legislador quase perde o mandato por mal saber assinar o nome, onde o chefe da nação não sabe o que acontece debaixo dos seus pés, onde a segurança, a educação, a saúde e etc, não são prioridades, onde o povo está descontente com o 4º lugar da sua seleção e contente com 83º lugar da em termos educacionais, num ranking de 84º, significa dizer que protestar como heróis e votar como jumentos, satisfaz aos governantes, pois, governar para necessitados é mais cômodo, pois, os informados incomodam.
O livro é ótimo e seria muito importante se todos lesem,pois é um livro q nos faz refletir.
Sim, Raiane! Eu estou querendo ler mais obras dela.
É engraçado como algumas pessoas desconhecem a existência dela, da sua obra e de tudo o que isso representa.
Bjs
Essa obra de Carolina Maria de Jesus, mostra a realidade em que muitos vivem até hoje.Onde a desigualdade social só cresce junto com ela a fome e as injustiças sofridas pela maioria enquanto a memoria vivem de Whisky e caviar.